quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Autor

Francisco Pereira da Silva nasceu na cidade de Campo Maior, estado do Piauí, em 11 de agosto de 1918. Ainda jovem, mudou-se para a capital Teresina, cursando o ginásio no Liceu Piauiense. Morou algum tempo em São Luís do Maranhão, transferindo-se no início da década de 1940 para o Rio de Janeiro, onde concluiu os estudos clássicos no renomado Colégio Pedro II. Estudou Direito e Biblioteconomia, tendo sido nomeado bibliotecário na Biblioteca Nacional em 1944.

Publicou contos em revistas e jornais do sul do país, mas foi no teatro que se consolidou como grande escritor.

“Escreveu 18 peças, entre as quais podemos destacar “Viagem” (1946); “Lázaro” (1948), que lhe valeu o prêmio de autor revelação daquele ano, concedido pelo Círculo Independente de Autores Teatrais; “Cristo Proclamado” (1958); Chapéu de Sebo” e “O Vaso Suspirado” (1963); “Chão de Penitentes” (1964); além de peças como “Uma Carga de Laranjas”, “Reino do Mar Sem Fim”, entre outras.

Em 1972, Chico Pereira, como era carinhosamente conhecido, escreveu a importante obra “Raimunda, Raimunda”, dedicada à atriz Fernanda Montenegro, sua grande amiga. Talvez este tenha sido seu trabalho que mais vezes foi levado ao palco.

Francisco Pereira da Silva morreu no dia 8 de abril de 1985, em seu apartamento no Leblon, cidade do Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade.

A seu respeito, escreveu o diretor de teatro Tarciso Prado:

“Quem já estudou, criteriosamente, os trabalhos desse piauiense, há de pelo menos ter descoberto, além da exuberância tão própria do seu talento de escritor, uma linguagem intencional ou subjetiva que dá à sua criação indiscutível universalidade.”

E ainda:

“Difícil encontrar um autor de teatro tão exigente com sua arte, como o velho Chico. Era teimoso ao perseguir os meandros da perfeição, capaz de atingir o extremo cansaço, no aprimoramento de uma frase ou de uma emoção.”

“Antecipou-se à sua época, escrevendo um teatro moderno e altamente avançado, quando as produções de então eram todas conservadoras.”

Sobre sua morte, escreveu:

“No dia 8 de abril de 1985, Francisco Pereira da Silva, desolado em seu modesto apartamento na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, esquecido dos amigos e de sua gente “piauizeira”, encantou-se em um Serafim. Montou um cavalo de vento e percorreu a imensidão das caatingas do Piauí. Sentiu o perfume das juremeiras, das macambiras, das coroas-de-frade; e parou para rever os campos de chananas ‘que lembravam vôos de borboletas amarelas’. Foi seguido por bandos de anuns brancos e negros, corrupiões, galos-de-campina e canarinhos da terra que o acompanharam a São Saruê.”

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